Setor naval para de demitir, aponta pesquisa

Depois de perder mais de 50 mil vagas de trabalho nos últimos quatro anos, a indústria naval deve seguir sem demissões significativas até o final de 2018. É o que revela a pesquisa “Perspectivas e Negócios da Indústria Naval Brasileira”, iniciativa do portfólio de Infraestrutura da UBM Brazil, uma das maiores promotoras de eventos B2B do mundo, que mapeou as perspectivas de trabalho e negócios do setor com base nos profissionais e empresários que visitaram, entre 2015 a 2017, a Marintec South America, principal feira do setor naval e offshore realizada no Brasil.

A pesquisa, feita no mês julho, entrevistou 43 profissionais da cadeia da indústria naval e offshore, dos segmentos da construção naval, consultoria e projetos, fornecedores de equipamentos e produtos, e apontou que 73% dos gestores não pretendem dispensar colaboradores neste ano. A pesquisa, que foi concentrada nas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e no Distrito Federal, revelou ainda que 49% dos entrevistados pretendem realizar novas contratações.

O especialista e consultor da Ivens Consult, Ivan Leão, entende que o número reflete a estabilização no volume de empregos. “A construção naval já atingiu seu chão, deve manter a faixa dos 30 mil empregos diretos e voltar a contratar a partir de 2019”, defende.

Leão acrescenta que a preocupação atual é com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, que entrega ano que vem os últimos navios petroleiros para a Transpetro e o Estaleiro BrasFels, no Rio de Janeiro, controlado pela Keppel Marine, de Cingapura, que finalizou a integração de módulos do FPSO Campos dos Goytacazes (MV29) para a japonesa Modec. Entretanto, já existe um movimento, com o anúncio que a Modec contratou a Keppel para integração de módulos do FPSO Carioca, que será realizado no BrasFels, para produção no campo de Sépia, em 2021.

“Deve ocorrer um hiato entre a finalização das obras atuais e a próxima leva de contratações. A regularidade dos leilões da ANP também inicia uma fase de contratações continuadas no segmento offshore”, diz o consultor da Ivens Consult.

Previsão de faturamento – Outro dado que chama a atenção na pesquisa organizada pela UBM Brazil é o fato das empresas terem conseguido manter o volume de atividades: 56% dos entrevistados afirmam que a projeção de faturamento para 2018 é superior a do ano passado. Para 46% dos empresários que participaram da pesquisa, o faturamento deve aumentar entre 5 e 10% e, para outros 10% dos entrevistados, a expansão pode superar em 15 e 20% o ano de 2017.

A pesquisa realizada serviu também como um termômetro para avaliar as expectativas para a próxima edição da feira Marintec South America, principal evento do setor na América do Sul, que acontece de 14 a 16 de agosto, das 13 às 20 horas, no Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro (RJ). O levantamento apontou que 45% dos entrevistados percebem na feira uma ferramenta de prospecção, uma vez que fecharam novos contratos após o evento, em decorrência do primeiro contato feito na Marintec.

“O resultado da pesquisa fortalece o papel da Marintec South America como o local ideal para networking e as novas prospecções. O fechamento de negócios depois da feira é uma prova inconteste da função da feira como plataforma de prospecção comercial e consolidação institucional para as empresas que participam da cadeia da indústria naval brasileira”, comenta o diretor do portfólio de Infraestrutura da UBM Brazil, Renan Joel.

 

Fonte: Portal Naval

Estaleiro São Miguel fecha novo contrato para graneleiro

O Estaleiro São Miguel, empresa do grupo Bravante, acaba de fechar o segundo contrato com a Navenor Serviços Marítimos, controlada pelo Grupo Salinor, para construção de um navio graneleiro com capacidade para 2.751 toneladas de sal. Com previsão de entrega em junho de 2019, o navio será usado para transporte de sal no Nordeste do país. Com o negócio, o São Miguel se torna um dos poucos estaleiros nacionais a fechar um contrato em 2018.

“O know-how conquistado em oito anos de construção de navios especializados e a excelência da nossa equipe técnica foram decisivos para essa conquista”, explica Marcelo Delano, gerente de Engenharia do Estaleiro São Miguel.

Em maio deste ano, o Estaleiro já entregou um primeiro graneleiro, com capacidade para 2.162 toneladas de sal. O navio já está em operação no Terminal Salineiro de Areia Branca, próximo ao litoral do Rio Grande do Norte.

As duas obras, realizadas integralmente com mão de obra e serviços nacionais, impulsionam o mercado de trabalho e a indústria local. Apenas na obra deste segundo salineiro, serão gerados aproximadamente 350 empregos diretos ou indiretos.

 

Fontes: Portal Naval 

Cresce temor de que preço do petróleo suba para mais de US$ 150

Os investidores em petróleo podem se arrepender de terem exortado as empresas a distribuir dinheiro agora, em vez de investir em crescimento para depois, já que a falta de exploração prepara o cenário para uma alta sem precedentes do preço do petróleo, segundo a Sanford C. Bernstein.

As empresas têm sido obrigadas a se concentrar em aumentar os retornos e as distribuições aos acionistas às custas dos gastos de capital, destinados a encontrar novas reservas, escreveram analistas, entre eles Neil Beveridge, em nota publicada nesta sexta-feira (6). Por isso, as reservas das maiores produtoras caíram, e o índice de reinvestimento do setor atingiu o menor patamar em uma geração, o que abre caminho para que os preços do petróleo ultrapassem os níveis recorde alcançados na última década, segundo Bernstein.

“Os investidores que haviam incitado as equipes de gestão a frear o gasto de capital e devolver dinheiro lamentarão a falta de investimentos no setor”, escreveram os analistas. “Qualquer escassez de oferta provocará uma disparada nos preços, possivelmente bem maior que a alta que levou o barril a US$ 150 em 2008.”

As maiores petroleiras do mundo, incluindo Royal Dutch Shell e BP, superaram o colapso dos preços em 2014 reduzindo custos, vendendo ativos e contraindo dívidas para ajudar a satisfazer os investidores com dividendos significativos. A maior, a Exxon Mobil, foi punida pelos acionistas no início do ano após uma série de resultados decepcionantes com um enorme plano de investimentos e a falta de recompras.

Falta de investimento crônica

O excesso de oferta de petróleo em todo o mundo nos últimos anos mascarou a “falta de investimento crônica”, afirma a Bernstein no relatório. O petróleo atingiu o maior patamar em mais de três anos depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados começaram a limitar a produção, no início do ano passado, para reduzir a abundância global. Os produtores agora pretendem extrair mais para ajudar a esfriar o mercado, mas interrupções em países como Líbia e Venezuela estão mantendo os preços altos.

As reservas comprovadas das maiores petroleiras do mundo caíram em média mais de 30% desde 2000, e apenas Exxon e BP mostraram melhora, ajudadas por aquisições, informou a Bernstein. Ao mesmo tempo, mais de 1 bilhão de pessoas migrarão para cidades na Ásia nas próximas duas décadas, o que ampliará a demanda por carros, viagens aéreas, fretes rodoviários e plástico, que também exige petróleo, segundo a Bernstein.

“Se a demanda por petróleo continuar crescendo até 2030 e depois disso, a estratégia de devolver dinheiro aos acionistas e investir pouco em reservas acabará sendo a semente do próximo superciclo”, escreveram os analistas. “As empresas que tiverem barris por produzir ou oferecerem os serviços para extraí-los serão as escolhas certas, não ficarão para trás.”

O barril de petróleo Brent atingiu a maior alta da história em 2008, US$ 147, devido ao forte crescimento da demanda e à falta de recursos imediatamente disponíveis, o que alimentou um aumento sincronizado das commodities apelidado de superciclo.

Fonte: Portos e Navios

 

ThyssenKrupp, Embraer e o estaleiro Oceana se unem para concorrer no programa da Corveta Tamandaré

Por Luiz Padilha no site Defesa Aérea & Naval

A empresa alemã ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS), se uniu com a Embraer e com o estaleiro OCEANA para participar do programa da Corveta Classe Tamandaré (CCT). Segundo o DAN pôde apurar, a proposta da TKMS será baseada em um navio de guerra moderno e já em construção. A proposta que será apresentada é baseada na Meko A100 Light Frigate.

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Meko-A100-LightFrigate - Ilustração TKMS

 

A Meko A100 Light Frigate possui 107 metros de comprimento, boca de 16 metros, deslocamento de 3.200 toneladas (semelhante ao das fragatas da classe Niterói) e sistema de propulsão CODAD/CODLOD, proporcionando ao navio, desenvolver velocidade máxima de 28 knots

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Modularidade do Meko A-100

O estaleiro OCEANA de Itajaí, Santa Catarina, pertence ao grupo CBO. Caso a proposta da TKMS seja a vencedora, o estaleiro irá construir os quatro navios, proporcionando uma curva de aprendizado perfeita para projetar e construir um navio mais complexo no futuro.

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Vista aérea do estaleiro OCEANA em Itajaí-SC

Acreditamos que os navios propostos sejam equipados com o radar Smart-S 3D, com o radar de direção de tiro Stir 1.2 ambos da Thales e sonar ASO da Atlas Elektronik. Quanto ao CMS (Combat Management Systems), poderá ser o ANCS da Atlas Elektronik, amplamente utilizado nos navios da Marinha alemã.

A TKMS com essa proposta, torna-se um concorrente de peso no programa, onde todos os concorrentes terão que apresentar suas propostas até junho, quando então a Marinha do Brasil, irá apresentar uma short-list com os 5 estaleiros selecionado

Fonte: Site Defesa Aérea & Naval

 

Boat’n Box – Kits para construção de pranchas de Stand Up Paddle

A prática do Stand Up Paddle vem se popularizando em todos os lugares e a oferta de pranchas também, seja como esporte ou apenas como lazer. Os motivos são vários, podendo se destacar o fato de ser acessível a crianças, jovens, adultos e idosos, aproximando as pessoas da natureza, ao mesmo tempo que proporciona uma atividade física cuja intensidade de esforço é o praticante quem determina. É ainda, uma atividade que pode ser praticada em quase qualquer meio aquático, seja no mar, lagos ou rios, dependendo das condições de segurança do local e do praticante. A maior parte das pranchas são fabricadas em bloco de espuma de poliuretano.  Muitas são construídas em madeira, existindo ainda, a opção das infláveis. Todas resultam em belas pranchas, com respectivas  características.

Um dos entraves para a maior democratização da prática de stand up paddle (SUP), com certeza, é o custo da prancha, que para muitos brasileiros torna esse sonho mais difícil de realizar. Foi pensando nessas questões que dois professores universitários de Santa Catarina focaram sua atenção no desenvolvimento de uma nova proposta para o mercado de pranchas de stand up paddle. Criaram a empresa Boat’n Box,  voltada ao desenvolvimento e venda de kits para construção de pranchas ocas de madeira e pequenas embarcações, sendo essa construção realizada pelo próprio cliente.

A filosofia de trabalho da Boat’n Box é oferecer um produto de fácil montagem, divertido de fazer, customizável, e principalmente, mais barato, tornando-o mais acessível ao público. A técnica de montagem é símples e relativamente facil,  acessível a qualquer pessoa com um mínimo de habilidade manual e de ferramentas. O kit de cada projeto contém a matéria-prima necessária para a construção da prancha:  as peças em madeira já cortadas, a resina epóxi, o tecido de fibra de vidro, entre outros componentes menores. Para possibilitar o trabalho de construção é disponibilizado um manual completo do tipo passo-a-passo e um canal de comunicação para sanar dúvidas e obter mais orientações.

Para quem quiser conhecer a proposta  da empresa, nos dias 18 e 19 de julho,  a Boat’n Box apresentará o produto na praia, diretamente ao público interessado, durante o evento Porto Belo Stand Up Paddle Festival – VI Etapa Circuito Catarinense, que acontecerá no município de Porto Belo.

O primeiro kit que será disponibilizado para vendas é o da prancha Zimbros 320, adequada para remadores de até 100 kg. As vendas do modelo Zimbros 320  devem iniciar em 15 de julho pelo site da empresa www.boatnbox.com.br. Mais informações: (47)99055340 ou  (47)99189954. Email: contato@ boatnbox.com.br

Fonte: Empresa Boat’n Box

Indústria naval brasileira está consolidada, diz coordenador do Ipea

O crescimento da indústria naval brasileira em torno de 19,5% ao ano desde 2000, somado a investimentos que alcançam quase R$ 150 bilhões, consolidaram o setor no país. A opinião é do coordenador de Infraestrutura Econômica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Campos Neto.

– Esses investimentos significam que a indústria naval está consolidada no país.

Com base em contratos já firmados ou previstos para o desenvolvimento do pré-sal e também sobre as descobertas e perspectivas para águas profundas no Nordeste, Campos Neto disse à Agência Brasil que há demanda para investimentos no setor pelos próximos 25 anos.

– Existe demanda para a indústria naval para os próximos 25 anos – disse.

Segundo Campos Neto e seu parceiro em um estudo sobre o ressurgimento da indústria naval no Brasil, o técnico de Planejamento e Pesquisa, Fabiano Pompermayer, a demanda identificada para esse período está em torno de R$ 220 bilhões.

O estudo do Ipea foi apresentado hoje na Marintec South America – 11ª Navalshore, no Rio de Janeiro. Esse é considerado o principal encontro estratégico para a indústria naval e offshore da América Latina. Ele engloba representantes de mais de 17 países, 380 marcas expositoras e 12 pavilhões internacionais.

Carlos Campos Neto salientou a importância dos investimentos da Petrobras no processo de retomada do setor naval.

– O que fez ressurgir a indústria naval e o que vai sustentá-la pelos próximos 25 anos é fortemente a indústria de petróleo e gás offshore (exploração em alto mar) – comentou.

O estudo mostra que o apogeu da indústria naval brasileira ocorreu na década de 1970, iniciando-se declínio nos anos 80, até quase a extinção do setor, na década seguinte. O economista avaliou que os erros cometidos no passado, entre os quais se destaca a gestão do Fundo de Marinha Mercante (FMM), não serão repetidos.

– Eles não estão sendo cometidos.

Campos Neto salientou que a indústria naval brasileira não será competitiva, porém, em todos os segmentos. Na área da construção de navios petroleiros, por exemplo, o Brasil não vai conseguir concorrer, em termos de preços e custos, com a China ou a Coréia. Por outro lado, o Brasil vai bem na produção de embarcações de apoio, plataformas offshore e navios sonda.

– Nosso nicho de mercado, onde o Brasil tem se estruturado e desenvolvido melhor, é nesses três segmentos, que têm muita tecnologia embarcada. Isso para nós é muito bom.

Setor precisa de um novo modelo de negócios, defendem entidades

O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), a Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav) e a Associação Brasileira de Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) defendem a criação de um novo modelo de negócios para que o segmento da indústria atenda a demanda por plataformas de petróleo previstas para os próximos anos. Lideranças das entidades fizeram uma manifestação conjunta durante a Marintec South America – 11ª Navalshore, evento que acontece até esta quinta-feira no Centro de Convenções SulAmerica, no Rio de Janeiro.

– Precisamos de um modelo de negócios que possibilite a construção local de um estoque de cascos de plataformas, em ação integrada entre estaleiros locais e internacionais – disse Ariovaldo Rocha, presidente Sinaval.

Segundo ele, “isto é necessário diante do desafio de atender a demanda futura por 56 novas plataformas até 2030, com grande concentração de entregas até 2025. Uma das soluções são projetos padronizados de sistemas de produção. No Brasil já temos projeto modelo de plataforma que são as replicantes em construção no Rio de Grande do Sul”, acrescentou.

É necessário que os estaleiros assumam uma posição como contratantes líderes que mobilizam sua rede de fornecedores e de sistemas de financiamento para a construção dos diversos elementos, do casco aos grandes sistemas dos módulos de produção. Assim como compreender que a participação na alavancagem ao financiamento da produção é fundamental.

– Além disso, temos o desafio de ampliar a formação de mão-de-obra para atuar nas 380 novas embarcações previstas. Estamos fazendo um trabalho com a Marinha para a formação de oficiais – disse Ronaldo Lima, presidente da Abeam.

A proposta das entidades vem ao encontro as sugestões feitas pelas petroleiras internacionais em evento realizado em Moscou, na Rússia, quando defenderam a urgente necessidade de enfrentar a questão dos custos crescentes.

– Temos no momento um foco na busca pela competitividade. A nossa sustentabilidade só vai acontecer quando isso for concreto. Assim nos tornaremos uma referência internacional – afirmou Augusto Mendonça, presidente da Abenav.

Os modelos de negócios atualmente operantes para fornecimentos de plataformas de produção de petróleo são: Construção total da plataforma no Brasil; Construção parcial no Brasil – integração de módulos em cascos convertidos no mercado internacional; Construção local de cascos com sub-blocos e partes fornecidos por estaleiros internacionais; Contratação de afretamento da plataforma integralmente construída no mercado internacional.

– Existem reuniões e contatos sobre como conduzir soluções para que a construção naval brasileira possa atender da melhor forma possível a Petrobras para cumprir as metas de produção de petróleo. O Sinaval está totalmente empenhado nessa tarefa – concluiu Rocha.

 

Fonte: Monitor Mercantil.

Indústria naval deve faturar US$ 17 bi por ano até 2020

De uma indústria em vias de extinção a um setor que deverá empregar cerca de 100 mil pessoas até 2017 e faturar 17 bilhões de dólares anualmente até 2020, segundo dados das entidades da área. Este é o retrato da década de renascimento da indústria naval brasileira, que saltou de 14 embarcações encomendadas em 2002 para 108 em 2012. O desafio agora, em vez de sobreviver, é alcançar a competitividade no mercado global.O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, anunciou que a expansão da produção de petróleo no pré-sal vai repercutir no crescimento da indústria naval brasileira. Segundo o empresário, a produção dobrará para 20%, até 2020, a participação da indústria de petróleo e gás no Produto Interno Bruto (PIB) e levará a indústria naval e offshore (exploração em alto mar) brasileira a faturar em torno de US$ 17 bilhões por ano no período.

Augusto Mendonça afirmou que “a fotografia atual vislumbra um futuro promissor para a indústria naval e para o setor de petróleo no País”. Completou ainda que a garantia de tudo isso é o tamanho da reserva no pré-sal, que, segundo ele, “coloca o Brasil entre as cinco ou seis maiores reservas do mundo”. Ele fez questão de ressaltar que o petróleo responde por cerca de 95% da indústria naval nacional, e a maior parte está relacionada à exploração em alto mar (offshore).

A afirmação do presidente da Abenav está sustentada na perspectiva apontada no Plano de Negócio da Petrobras para os próximos 10 anos. Dentre as obras a serem construídas em estaleiros do País até 2020, estão 38 plataformas de produção, 28 sondas de perfuração marítima, 49 navios-tanque e 568 embarcações de apoio. Ele lembrou que houve investimento no desenvolvimento de profissionais para a indústria naval e offshore.

Competitividade

A indústria naval engloba três segmentos: a fabricação de navios, a fabricação de embarcações de apoio à produção e a construção de plataformas de perfuração e produção. O presidente da Abenav disse que o grande desafio da indústria naval e offshore é a competitividade. “Temos que fazer com que a nossa indústria tenha competitividade internacional”.

De acordo com ele, o volume de encomendas no Brasil é suficiente para desenvolver a indústria em base competitiva. “Ou seja, quando alguém, amanhã, pensar em comprar uma plataforma, com certeza vai querer comprar no Brasil”, ressaltou.

Augusto Mendonça revelou que a carteira atual de encomendas dos estaleiros brasileiros inclui 373 embarcações. Ele destacou ainda a construção, até 2020, de 90 plataformas de produção, que vão entrar em operação até 2025. Isso, segundo ele, significa US$ 120 bilhões. “É um número pequeno de unidades, mas tem valor agregado enorme para o País”, declarou.

No tocante à competitividade no mercado mundial, o coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), Paulo Sergio Rodrigues Alonso, considera que a indústria naval do Brasil alcançará excelência internacional em até dez anos.

“Os benefícios da consolidação de uma indústria naval forte, moderna e produtiva são permanentes. A indústria está avançando e realizando parcerias com sócios internacionais importantes. Dentro de sete a dez anos, o país poderá ter o mesmo grau de excelência dos melhores estaleiros da Coreia do Sul e do Japão desde que sejam superados desafios como a melhoria do planejamento e gestão e da produtividade, a integração das cadeias de suprimento, o investimento em pessoal, a modernização da construção e montagem e o resgate da engenharia industrial” afirmou o executivo, que também é assessor da presidência da Petrobras para Conteúdo Local.

No momento, o setor naval possui 400 projetos com financiamento aprovado, de acordo com o jornal Valor Econômico. O BNDES é o maior financiador. Só de navios da Transpetro são 30 unidades financiadas pelo banco, em recursos do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef 1 e 2). No primeiro semestre deste ano, as operações contratadas pelo BNDES somam R$ 8,02 bilhões para as embarcações da Transpetro, além de R$ 3,41 bilhões destinados aos estaleiros onde serão construídos os navios da empresa.

Na última semana, o presidente da Petrobras Transporte (Transpetro), Sergio Machado, garantiu que não haverá retrocessos. “No passado, quando deu carrapato no boi, ao invés de matar o carrapato, matamos o boi. Isso não vai voltar a acontecer”, afirmou Machado, segundo o portal Petronotícias.

 

Fonte: Portal Vermelho.